Brasil e Chile registraram recordes inflacionários históricos

No caso da gigante latino-americana, o número foi de 11,30% nos últimos 12 meses, tornando-se o maior dos últimos 18 anos. Santiago, por sua vez, registrou um aumento de 1,9% em relação ao mês anterior, o maior aumento mensal nos preços desde outubro de 1993

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Una mujer realiza compras en
Una mujer realiza compras en un supermercado de Río de Janeiro, en una fotografía de archivo. EFE/Antonio Lacerda

Tanto o Brasil quanto o Chile registraram números históricos recordes de inflação durante o mês de março, pelo menos em relação aos índices das duas últimas décadas.

A inflação no Brasil acumulou 11,30% nos últimos 12 meses, a maior dos últimos 18 anos, impulsionada pela subida dos preços dos combustíveis, situação que não parece ser revertida no curto prazo devido à situação que surge após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em março, o custo da gasolina subiu 6,95% e os preços no país dispararam, que subiram 1,62%, o maior do mês em 28 anos, de acordo com um relatório divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Oito dos nove grupos de produtos e serviços registraram aumentos no terceiro mês do ano, sendo o transporte o mais impactado pelos preços dos combustíveis, que subiram 6,7% no mês.

“Tivemos um reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras em 11 de março. Também houve aumentos nos preços dos veículos a gás (5,29%), etanol (3,02%) e diesel (13,65%)”, explicou Pedro Kislanov, que dirige relatórios de inflação no IBGE.

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Os preços também foram licitados para os custos de alimentação que subiram 2,42% em março, devido aos aumentos de produtos básicos na cesta familiar, como frutas, vegetais, leite, óleo e pão.

No entanto, a inflação no gigante sul-americano, com um valor acumulado ano a ano de 11,30%, permanece em dois dígitos pelo sétimo mês consecutivo, e em mais que o dobro da meta mais alta esperada pelo emissor.

Para este ano, o Banco Central do Brasil estabeleceu uma meta de inflação de 3,5%, com uma margem de tolerância entre 2% e 5% a ser considerada cumprida.

No caso do Chile, o país registrou um aumento no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 1,9% em março em relação ao mês anterior, o maior aumento mensal de preços desde outubro de 1993, atribuído aos aumentos de alimentos, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE) na sexta-feira.

Com esse valor, bem acima da expectativa do mercado que antecipou um aumento de cerca de 1,2%, o índice acumulou uma alta de 3,4% até agora neste ano e 9,4% em 12 meses.

“A inflação é uma situação preocupante, uma razão adicional para não colocar mais fogo na fogueira de preços”, disse o ministro das Finanças, Mario Marcel, em entrevista à rádio ADN, dias depois de o Congresso chileno começar a considerar uma nova retirada antecipada dos fundos de pensão privados, após os três já aprovado, para até 10% da economia.

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Segundo o Banco Central, grande parte da inflação acumulada pelo Chile se deve ao forte aumento do consumo privado após o excesso de liquidez que ocorreu devido aos três saques dos fundos de pensão - por cerca de US $50 bilhões - e ao auxílio estatal concedido até dezembro para enfrentar o pandemia, de cerca de 3. $1 bilhão por mês.

“A única maneira de reduzir a inflação no Chile, como mostra a experiência em todo o mundo, é através da política monetária. Não há varinhas mágicas para resolver questões de inflação, e temos que deixar o Banco Central fazer o seu trabalho, que é fazê-lo”, acrescentou o ministro.

Para conter a inflação, o BC está buscando uma política agressiva de aumento da taxa de juros, que hoje está em 7%.

O governo do esquerdista Gabriel Boric se opõe à nova retirada dos fundos de pensão. Na quinta-feira, lançou um plano de recuperação econômica de US $3,7 bilhões, com o objetivo de criar 500.000 novos empregos e congelar o preço do transporte público, entre outras medidas.

O Chile encerrou 2021 com uma inflação de 7,2%, o nível mais alto em 14 anos e bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central de 3%, nível alcançado em 2020.

(Com informações da EFE e da AFP)

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