
Embora a eliminação ou reforma dos notários na Colômbia tenha sido uma questão espinhosa e tenha sido proposta várias vezes nos últimos anos, o fato é que a mais recente campanha ao Congresso conseguiu trazer a questão de volta ao centro do debate, devido à proposta do congressista Mauricio Toro de unificar notários em uma única entidade e substituem algumas dessas funções por meio da tecnologia blockchain.
Embora para alguns seja uma proposta necessária para o cenário de digitalização no país, para outros é um projeto que ignora a realidade de muitos colombianos, já que a conectividade com a Internet é um problema que nem todos podem acessar.
Para Luis Miguel González, CEO da Autentic, uma plataforma especializada em autenticação digital e processos de assinatura eletrônica, “substituir notários pode até parecer bom para muitos, mas a verdade é que o blockchain não os substitui. Embora isso certamente deva ser uma ferramenta que os notários usam para melhorar o desempenho de suas funções”.
Mas, além disso, quais são as razões pelas quais os notários não deveriam ser eliminados na Colômbia? Gonzalez explicou:
De acordo com Carlos Abet Toro, notário 17 de Bogotá, embora a Quarta Revolução tenha despertado a urgência de implementar e mudar os serviços tecnológicos notariais, a Colômbia precisa implementar uma maior pedagogia nos notários, para que seus funcionários entendam a utilidade das tecnologias sendo implementado.
“Deve haver uma mudança fundamental em termos de treinamento. Ou seja, na medida do possível, gerar cursos, treinamento constante, estudos especializados e tudo o que permite que o funcionário que está servindo o público em suas funções tenha o conhecimento necessário e suficiente para fornecer toda a ajuda e apoio necessários”, explicou Toro.
Acrescenta ainda que o país pede uma maior integração dos notários com os diferentes cartórios de instrumentos públicos, pois os termos que existem em todos os procedimentos que os vinculam precisam ser encurtados. “Atualmente, o usuário é, infelizmente, muito afetado pela constante independência e falta de comunicação em que essas duas instituições vivem”, concluiu.
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