Justiça russa abre processo de jornalista por “informações falsas” sobre o exército

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Justiça russa abre processo contra jornalista por “informações falsas” sobre o exércitoMoscou, 22 Mar 2022 (AFP) - A Rússia abriu nesta terça-feira uma investigação de um conhecido jornalista por publicar “informações falsas” sobre as ações do exército russo na Ucrânia, na primeira aplicação de uma lei que prevê até 15 anos de prisão por esse tipo de crime. o jornalista Alexandre Nevzorov é investigado por ter “publicado intencionalmente informações falsas sobre um bombardeio deliberado do exército russo contra uma maternidade em Mariupol,” No sudeste da Ucrânia, especificou o Comitê de Investigação Russo, no encarregado de questões judiciais relevantes.” Essas publicações foram acompanhadas de fotografias que não são dignas de fé, de civis afetados pelo atentado (...). O Ministério da Defesa russo anunciou oficialmente que essa informação era falsa”, continua o comunicado. O Comitê de Investigação indicou que estava tentando localizar Nevzorov, 63 anos, que em 2000 também era deputado. prisão pelo crime de espalhar informações sobre as Forças Armadas que o Kremlin considera falácias.Alexandre Nevzorov, ex-apresentador de televisão, atualmente atua principalmente nas redes sociais e no YouTube, onde ele tem um canal com 1,6 milhão de inscritos. Cada um de seus últimos quatro vídeos teve mais de três milhões de visualizações.A abertura deste caso ocorre em um contexto de crescente repressão contra a mídia e jornalistas na Rússia, paralelamente à operação militar na Ucrânia.O governo russo e os meios de comunicação que controla afirmam que esta intervenção busca” denazify” e” desmilitarizar” a Ucrânia e evitar um “genocídio” contra a população de língua russa deste país.Usando a palavra “guerra” para descrever esta operação ou para evocar ações contra civis são coisas teoricamente passíveis de ações legais.Além dessa lei que sanciona “mentiras” contra o exército, Deputados russos adotaram nesta terça-feira outra lei, que prevê até 15 anos de prisão para aqueles que denegrem as ações de agências russas no exterior. Numerosas mídias independentes, russas e estrangeiras, foram bloqueadas nas últimas semanas, bem como redes sociais como Twitter, Instagram e Facebook.bur/SG/JS/MB